Pra falar a verdade, dificilmente acompanhamos a saga de Dofus e não estávamos mais preocupados com o épico de Wakfu. Grande erro! Porque o choque sentido com a descoberta das Ilhas de Wakfu foi duro. Verdadeiro compêndio da gloubiboulga de influências e da balbúrdia cômico-debilo-esotérica cara ao estúdio Roubaix, a pequena produção é de fato perfeitamente incompreensível para quem não discute diariamente as desventuras dos Eliatropes no pátio da escola. Entre os personagens vislumbrados por meio segundo, uma terminologia encantadora mas confusa e os finais incertos deste épico cintilante disponível por 800 MS Points, é melhor não ter enxaqueca ao iniciar um jogo. Velhos sábios, dragões, Eliacubos, wakfu, deusas, canções, árvores animadas, chuvas de meteoros, os desenvolvedores de chtis só parecem florescer em um magma de qualquer coisa não apenas narrativa, mas também lúdica. A equipe realmente achou por bem enriquecer a mecânica de sua nova criação com uma grande pilha de engenhocas inúteis: coletar muitas coisas que mal entendemos para que servem, interações obscuras com o ambiente etc. A abordagem se justificaria em um jogo de RPG puro, um gênero que se presta perfeitamente à encenação de universos complexos, intrigas complicadas e jogabilidades densas. Exceto que Islands of Wakfu é um hack'n'slash, o tipo de produto em que pouco se importa com o porquê e até quando as promessas de ganhos de XP/objetos/poderes especiais abrem seu apetite e os monstros a serem abatidos são grandes e numerosos.
A Ilha da Confusão
Neste ponto, a pequena produção francesa não carece de vítimas potenciais. O bestiário não brilha por sua variedade ou originalidade, mas Nora a guerreira e Efrim o dragãozinho, unidos pelo sangue e heróis complementares da aventura, não prestam atenção a esse detalhe e saem indiscriminadamente para desmembrar aranhas gigantes, plantas malignas, brutais porcos-espinhos e outros guerreiros do espaço sideral. Especialista em combate corpo a corpo, capaz de se teletransportar – seja imediatamente atrás de seu oponente ou para um ponto a ser determinado usando um controle deslizante – a donzela ataca com rapidez e força enquanto seu irmão alado ataca à distância e pode atordoar seus inimigos. No solo, você só precisa pressionar Y para mudar de personagem e, assim, usar as habilidades complementares da dupla para limpar uma área mais rapidamente. Azar, os controles são extremamente imprecisos e rígidos. O 3D isométrico realmente não perdoa aproximações desse tipo e esses defeitos no manuseio o colocarão regularmente em posições difíceis. As ilhas de Wakfu farão com que você redescubra as alegrias da morte injusta devido a problemas de segmentação à distância ou de posicionamento corpo a corpo. Os inúmeros ataques disponíveis, geralmente baseados em combinações de teclas pouco ergonômicas e mal explicadas em tutoriais ilegíveis, nem simplificam a tarefa. E isso é uma pena: bastante longo para um título Xbox LIVE Arcade e acima de tudo super fofo, com sua renderização detalhada e colorida, Islands of Wakfu ofereceu o cenário ideal para um entretenimento simples e eficaz.
